
Os alunos do 9º Ano da EMEF Mauro José Christo, em Marechal
Floriano, desenvolveram um projeto com o tema Violência contra a Mulher,
trabalhado pela professora de História Jéssica Spadeto. O projeto foi tão bom
que algumas atividades também se estenderam aos alunos do 8º Ano. As atividades
incluíram palestras, música e até grafites feitos nas paredes da quadra da
escola, abordando o tema.
“Como leciono História, faço um trabalho de inclusão dos
sujeitos marginalizados, as ‘ditas minorias’, que, na verdade são a grande maioria.
Tomo como base o currículo escolar, faço um caminho inverso do tradicional para
trabalhar a disciplina de História”, explica a professora.

O tema, segundo a pedagoga Verônica Monteiro, vem sendo
trabalhado desde o mês de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher. “Depois,
em maio, o tema voltou com o combate à violência sexual contra crianças e
adolescentes. É um tema que está sempre
presente nas aulas”, completou a pedagoga.
Por ocasião do Programa Agrinho, que Marechal Floriano
participa desde 2007, os próprios alunos sugeriram trabalhar a Violência
contra a Mulher, já que o tema do Agrinho, em 2016, é Ética e Cidadania.

Os alunos escolheram músicas que falam sobre o tema e fizeram
até uma oficina de grafite. A ação de introdução das técnicas do grafite foi
realizada pelo grupo Festival de Mulheres no Grafitti (FEME), que passou um dia
na escola, com a turma. O resultado foram três painéis desenhados nas paredes
da quadra.Também foram produzidos um documentário e um clipe com as
fotos de todo o trabalho realizado na escola.
Para finalizar o projeto, os
alunos assistiram a uma palestra com a secretária de Assistência Social e
Direitos Humanos, Iracema de Paula de Lima Freitas, sobre Violência Contra a
Mulher.

A secretária falou sobre a importância de conhecer os
direitos e de não ter medo de denunciar. “Hoje, se temos conhecimento, só nos
sentimos inferiores se não lutarmos pelos nossos direitos. É importante lembrar
que nenhuma mulher quer ser melhor que homem. Estamos, sim, na luta pela
igualdade de direitos. Não podemos achar que a violência contra a mulher é
comum, que é natural. Temos que entender que isso é vergonhoso e é crime. Temos
que ter na cabeça duas coisas: uma está na Constituição, que é ‘todos somos
iguais perante a Lei’. A outra está na Bíblia, que é ‘Amai ao seu próximo como
a ti mesmo’. Se levarmos esses dois pensamentos para a nossa vida,
conseguiremos diminuir bastante a violência doméstica”, destacou a secretária.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência Social
e Direitos Humanos, de 2013 a julho de 2016, foram registrados, em Marechal
Floriano, 370 casos de Violência Doméstica.
(Texto e fotos: Ana
Paula Mill)